Antes do jogo contra a Suécia, Carlos Queiroz detectava nos jogadores sinais corporais que o faziam vibrar de optimismo. Antes do jogo, Cristiano Ronaldo declarava que, se todos os seus companheiros fizessem pela selecção o que ele já fez, neste momento seríamos campeões do mundo. Eis Portugal no seu melhor: sobra-lhe sempre em paleio o que lhe falta em produtividade.
Chegada a hora do jogo, Queiroz, o intérprete da linguística corporal, mostrou todo o seu arrojo nos momentos decisivos, acabando um jogo que era imprescindível ganhar com quatro defesas-centrais. Quanto ao melhor jogador do mundo, esteve mais ou menos ao nível da estrela da Suécia, Zlatan Ibrahimovic, que não compareceu no Dragão.
Claro que há sempre o azar e as oportunidades falhadas. Mas, por um lado, a selecção portuguesa parece um barco sem popa nem proa: Eduardo na baliza foi um susto, com saídas Braga-PSG que causaram surtos de taquicardia de Trás--os-Montes ao Algarve; isto enquanto a veia goleadora de Portugal continua entupida e os avançados já não precisam de um treinador, mas sim de um cirurgião vascular. E depois, para mal dos nossos pecados, fosse na gestão trágica das substituições fosse na forma como só lhe faltou chorar ao aperceber-se da lesão de Bosingwa, Carlos Queiroz provou o que se desconfiava: é um dos melhores técnicos adjuntos do futebol mundial.
João Miguel Tavares, in Diário de Notícias.
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