
Moby, Last Night
Criar um disco que representasse uma saída nocturna. Eis o desafio apenas em parte conseguido por Moby, um dos mais mutantes músicos que se conhece.
Começou por tocar numa banda punk, depois tornou-se DJ, andou pelo tecno, perdeu-se de amores com o hardcore, tornou-se vegetariano, dedicou-se aos samples, aproximou-se do rock e voltou às origens (ufff….). É esta a biografia musical de Richard Melville Hall, ou Moby.
«Last Night» é, nas palavras do músico, um retrato de uma saída nocturna com os amigos em que a pernoita dura até às quatro da manhã com algum álcool pelo caminho. Potenciado pelo retomar da actividade de DJ, é um disco de ambientes longos e dançáveis, mais do que de canções.
«Last Night» é, provavelmente, o seu primeiro regresso às origens, chavão que quase sempre indicia um acesso de nostalgia provocado pela idade. Mas em vez de se ter refastelado no sofá, Moby preferiu o caminho inverso. Uma trip por diversos clubes de Nova Iorque.
E é por isso que mesmo tratando-se de um álbum de personalidade claramente electrónica apontada às pistas, há espaço para algum hip hop old school e muitos cenários etéreos. Todavia, para quem já foi capaz de assinar um «Play» ou um «Go» sabe a pouco.
Davide Pinheiro, in Disco Digital
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